25 de março de 2011

Eleições no Sporting...

Os candidatos à presidência do Sporting voltaram a reunir-se esta quinta-feira à noite para o último debate antes das eleições. Godinho Lopes, Bruno de Carvalho, Pedro Baltazar, Dias Ferreira e Abrantes Mendes explicaram, na TVI24, as traves mestras das suas propostas financeiras e desportivas para o emblema de Alvalade. Veja aqui o resumo da primeira parte da discussão.

Critérios, estilos e soluções financeiras

Godinho Lopes: «A situação económica só pode ser revertida com uma aposta séria no futebol. Investir na equipa, ter bons resultados, lutar pelo primeiro lugar, são situações imprescindíveis para a recuperação. O estado do futebol do Sporting obriga a esse investimento para aproximar os sócios do clube. O passivo financeiro é inferior aos 300 milhões referidos. Depois da entrada do dinheiro da Câmara e de outros fundos vai ficar em cerca de 180 milhões. Se a banca é o principal credor, não faz sentido não querer negociar com a banca. O Sporting naturalmente considera os fornecedores do outro lado da mesa. Nós temos todas as condições para obrigar a banca a considerar as melhores condições para o Sporting. Não quero falar de valores de investimento. É necessário ter em conta que ainda disputamos um campeonato e não é correcto estar a avançar agora com números por causa dos jogadores que lá estão hoje. Couceiro e o plantel de hoje merece o nosso apoio.»

Bruno de Carvalho: «Não sou apologista de mais empréstimos à banca nem sou apologista da moratória de juros porque mais tarde vamos ter muitos mais juros para pagar, são mais milhões para aumentar o passivo do Sporting. A solução que idealizamos passa por reduzir os custos com uma gestão rigorosa do futebol, a mola de todo o projecto. Temos de aumentar receitas, aumentar os números de bilheteira, etc. O Fundo está garantido e não é russo. Só os investidores são. O nosso modelo de negócio é baseado em Portugal e segue todas as regras obrigatórias da CMVM. O dinheiro estará disponível de imediato para os investimentos necessários. As regras de todos os fundos são transversais: o que vocês estão a tentar é criticar um modelo de negócio viável, feito pelo Sporting, assinado pela SAD.»

Pedro Baltazar começou por criticar as apostas de Godinho Lopes na área financeira antes de explicar as suas ideias. «Se a aposta na construção da equipa não resultar, como não resultou no plano Bettencourt, vamos ter um passivo e um juro da dívida muito maior daqui a um ano. O plantel vale mais do que os resultados dizem, já o tenho defendido, mas a ideia de Godinho é seguir a linha de continuidade, que já se percebeu que não resulta. Nós vamos negociar com a banca, temos essa capacidade e credibilidade, mas pedindo a moratória dos juros: queremos receber o mínimo dinheiro da banca. Daí o fundo já apalavrado de 15 milhões de euros, abancado por pessoas da minha lista. Temos de ser modestos em termos de investimento. As grandes verbas podem não criar grandes plantéis.»

Dias Ferreira: «A razão de toda a situação financeira do Sporting está aqui esclarecida: a transformação do Sporting em grupo empresarial. O que mexeu com os tais 300 milhões. A partir do momento em que o Sporting foi transformado nisto, além do descalabrado financeiro, começaram os maus resultados. O Sporting nunca poderia vir a ganhar assim: já há muitos anos, nem havia SAD´s, já o futebol tinha a sua autonomia administrativa e financeira. O problema do Sporting é que só pessoas incompetentes geriram o futebol nos últimos anos, pessoas que não percebem nem de futebol nem de gestão financeira. O Sporting perdeu muito nos últimos anos e passou a fazer figura de coitadinho por causa da incompetência de várias pessoas. O futebol, os maus resultados, é que causou o desespero das pessoas. Se o Sporting ganhasse estava tudo bem. Assim está tudo mal. É através da SAD e dos bons resultados desportivos que temos de resolver o problema.»

Abrantes Mendes: «Não fui crítico só na minha candidatura, sou crítico desde 1999. Ouvindo todos os candidatos, não me vou pôr em bicos de pés para dizer que sou eu a solução. Todos queremos reorganizar o Sporting, reestruturar a vida financeira do clube, não esquecendo investidores e sócios. Temos de procurar uma solução global, intersectorial, que resolva a situação do Sporting. Relativamente à banca, tenho uma equipa a trabalhar no terreno, comandada pelo Dr. Jesus de Oliveira, que é um expert. Tem carta branca para lidar com a banca porque lidou muitos anos com ela, trabalhou muitos anos no banco, sabe como lidar com toda a parte financeira. O Sporting, de uma vez por todas, tem de gerar credibilidade e confiança. Eu digo não aos negócios ruinosos, à má gestão desportiva, ao derrotismo. É preciso rigor e simplicidade de procedimentos, é preciso garra na liderança, firmeza na presidência. É preciso expulsar os incompetentes do Sporting. Não queremos aqui meias-tintas nem grandes engenharias, queremos soluções simples e eficazes.»
A meu ver o Abrantes Mendes é o homem com maiores capacidades, por causa do seu estrabismo consegue ter dois pontos de vista...não é para qualquer um...

Para além das listas presidenciais, que naturalmente apresentam os seus cinquenta nomes para o órgão consultivo da direcção, há mais quatro candidaturas ao Conselho Leonino. Da Associação dos Adeptos Sportinguistas às listas de Miguel Afonso, Luís Bebiano Coimbra e José Eduardo, confira os lemas e ideias-chave.

«Dinheiro não compra paixão». Este é o lema da Associação dos Adeptos Sportinguistas, uma das competidoras independentes ao Conselho Leonino. Segundo declarações de Pedro Faleiro da Silva à Antena 1, a AAS quer «concluir trabalho». «Há muito trabalho a realizar. Nós queremos ajudar naquilo que nos for requisitado. Por exemplo, na necessária reforma estatutária. Temos um programa centrado em conversações com a Liga, para que os horários dos jogos sejam revistos e para que as jornadas sejam disputadas na totalidade ao fim-de-semana e não ao longo de quatro ou cinco dias», traçou o dirigente.

Sob o lema «Somos voz no Sporting» está a candidatura presidida por Miguel Afonso. De acordo com o líder, a ideia deste grupo «é levar ao Conselho a palavra do sócio anónimo». «O sócio não pode servir só para votar nas eleições da presidência e direcção, de quatro em quatro anos, e para pagar quotas ao longo do ano. Tem de ter um espaço, que pode perfeitamente passar por esse Conselho, onde possa passar ideias e sentir que tem utilidade prática no dia-a-dia do clube», defendeu.

Com a força das palavras «Sporting primeiro, sempre», apresenta-se a candidatura de Luís Bebiano Coimbra. «Iremos pelo menos lutar para alterar estatutos. Queremos que o presidente seja eleito com maioria absoluta, porque actualmente corremos o risco do futuro presidente ser eleito com 25% dos votos, o que enfraquece o clube. Vamos tentar alterar os estatutos para forçar uma segunda volta em que haja maioria entre os dois candidatos mais votados, para que o Sporting tenha um presidente consensual. É uma questão importante. Os nossos adversários têm-se rido desta situação do Sporting», lamentou o representante.

Por fim, José Eduardo, ex-jogador dos leões, e João Barnabé dão a cara pel´«A solução». Uma candidatura ao Conselho Leonino que se afirma «independente» mas «não neutra», pois apoia Bruno de Carvalho. «Creio que esta é a lista que serve o Sporting. Um Sporting multidisciplinar, que agregue todas as tendências que há dentro do próprio clube, que agregue todos os sportinguistas, independentemente dos seus credos e convicções. Esta é a lista que serve todos os desígnios do Sporting», frisou José Eduardo.

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