15 de fevereiro de 2011

Enfermeiros: Obrigados a internato de 12 meses para entrar na profissão 46 milhões para estágio na Saúde

Uma vez que muitos dos visitantes desta espécie de blogue são enfermeiros, deixo-vos aqui uma noticia que foi publicada a 12 de Fevereiro no "Correio da Manhã":

Enfermeiros: Obrigados a internato de 12 meses para entrar na profissão
46 milhões para estágio na Saúde


Entidades que formam enfermeiros dão parecer negativo a decreto-lei que pretende obrigar os licenciados a um internato após a conclusão do curso
O Governo está a preparar a aprovação de um decreto-lei que obriga os enfermeiros a fazer um internato de 12 meses, depois de licenciados, para obterem o título definitivo da Ordem e para poderem trabalhar nos hospitais ou nos centros de saúde. Segundo o documento, a que o CM teve acesso, o Estado terá um encargo mínimo de 30,6 milhões de euros e máximo de 46,3 milhões, valores que dependerão da remuneração atribuída aos profissionais.

Esta medida deverá abranger cerca de 3500 enfermeiros por ano, que deverão ganhar entre os 800 e os 900 euros no referido internato.

O diploma do Ministério da Saúde, que aguarda a aprovação em Conselho de Ministros, foi enviado ao sector que representa as entidades formadoras e, ao que o CM apurou, os pareceres destas instituições foram negativos. Dentro do Governo, também o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está contra a aplicação desta medida (ver caixa).

O argumento das universidades é de que o internato vai levar, numa primeira fase, a dificuldades no acesso dos licenciados ao próprio internato, pois o número de vagas não é suficiente para a quantidade de formandos. Para além desta dificuldade, explicam fontes do sector, estes internatos não são um contrato de trabalho, e adiam, pelo menos por um ano, a entrada destes profissionais de saúde na actividade dos hospitais e dos centros de saúde. Argumentam ainda as instituições formadoras que os cursos de Enfermagem são exigentes ao ponto de já proporcionarem 50% de prática, durante o curso, e obrigarem a um estágio para a conclusão da licenciatura.

Fontes ligadas ao sector, contactadas pelo Correio da Manhã, consideram o diploma uma medida perversa que "carece de fundamentação científica, uma vez que a formação de um enfermeiro ao longo dos quatro anos é extremamente rigorosa e exigente".

As mesmas fontes classificam o decreto-lei como mais uma medida de despesismo do Estado.

ENSINO SUPERIOR NÃO CONCORDA COM O INTERNATO

Ao que o CM apurou, a medida, que surge da alteração do Estatuto do Enfermeiro, há quatro anos, suscitou na altura dúvidas e polémica. Quando a Ordem dos Enfermeiros discutiu o assunto em assembleia geral, foram necessários três encontros para a aprovação. Agora, o Governo prepara-se para aprovar o internato – mesmo sem o acordo dos ministérios que tutelam a área. O CM sabe que o Ministério do Ensino Superior não concorda: é um modelo que não existe na Europa e que não é exigido pelas directivas comunitárias.

5 comentários:

drinha disse...

Depois de ver o que vi no hospital de Angra...acho muitooo bem!

Dário Rocha disse...

Mas já agora...o que foi que viu no hospital de angra?

drinha disse...

A maneira como trataram o meu avô :( ...nem vale a pena recordar :'( tristeza :S

Anónimo disse...

Acha mesmo bem? Tem a certeza que os enfermeiros eram recem licenciados? Casos nao sao casos e generalizar faz parte da mente pobre do portugues. Conheço alunos de enfermagem que sao muito melhores do que proprios enfermeiros ja com 5 ou 6 anos de profissao tudo tem a ver com a pessoa. Nao e' o internato que fara' as pessoas melhores ou piores e' a forma como encaram o seu trabalho. E pessoas pouco profissionais existem em todo lado.e em qualquer profissao.isto so serve para o estado poupar.

Dário Rocha disse...

Mas o objectivo do internato não é formar melhores ou piores profissionais! Aliás o internato não trará grande valia! Simplesmente é uma forma de controlar o número de escolas de enfermagem abertas, que já parecem lojas do chinês! É assim que os médicos mantêm a força que têm, havendo sempre mais procura que a escolha! Se a escolha for maior que a procura, caso dos enfermeiros, acontece o que está a acontecer, mais desemprego e mais precariedade!

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