
A temporada das típicas touradas à corda na ilha Terceira, Açores, abre hoje com a realização de três touradas, nas localidades de Fontinhas, S. Mateus e Fonte na Ribeirinha.
José Henrique Pimpão, investigador que acompanha esta tradição há vários anos, explicou que estão previstas para a temporada deste ano 268 touradas à corda naquela ilha açoriana, um número igual às que se realizaram em 2008.
“Apesar da crise, há a expectativa de que não venha a haver uma redução no número de touradas”, afirmou este especialista, admitindo que "até possa aumentar" a quantidade de touradas que se realizam na Terceira.
Para o mês de Maio estão previstas 21 touradas em toda a ilha, prevendo-se um crescimento destas iniciativas durante o mês de Junho para a meia centena, devido às comemorações e festividades da Trindade e do Espírito Santo.
José Henrique Pimpão explicou que o número de touradas, cuja época decorre até Outubro, poderia ser superior se “o regulamento fosse alterado e autorizasse a realização de touradas não tradicionais durante os dias da semana”.
As touradas tradicionais, associadas às festas dos Impérios do Espírito Santo e outras festas religiosas, têm a sua realização autorizada em qualquer dia da semana.
As não tradicionais, que podem ser promovidas por qualquer cidadão ou grupo de cidadãos, só podem ser realizadas durante os fins-de-semana e feriados.
Os criadores de touros, segundo José Henrique Pimpão, “já solicitaram a alteração do regulamento, para permitir a realização das touradas em qualquer dia da semana, desde que não colidam com as tradicionais”.
Para a realização de uma tourada é necessário pagar um mínimo de cerca de 500 euros de taxas, enquanto os touros, em número de quatro por tourada, podem custar entre 1.000 e 3.500 euros, dependendo da sua qualidade.
Na ilha Terceira, onde existem 11 criadores oficialmente inscritos, cerca de 300 pastores que “vão à corda” e cerca de duas mil cabeças de gado bravo, as touradas são consideradas uma indústria local e um cartaz turístico.
A origem das touradas à corda, uma forma de divertimento típico desta ilha açoriana, continua por definir, ainda que o investigador Rafael Azevedo a situe "como sendo mediterrânica, uma vez que, já no princípio do século XI, árabes e cristãos 'alanceavam' touros na península".
Por seu turno, o historiador açoriano Luís da Silva Ribeiro, afirma “já haver notícias de touradas desde a segunda metade do século XVI", deixando em aberto a possibilidade da sua origem "tanto poder ser espanhola como portuguesa".
Os touros são 'embolados' e amarrados pela corna ou pelo pescoço a uma grossa corda, por vezes com duzentos metros, que se desenrola da porta do 'caixão' pela rua ou pela estrada logo que sai, ao som de um foguete.
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